CONDROMALÁCIA PATELAR – COMO MELHORAR E IDENTIFICAR
Condromalácia patelar, como melhorar e identificar essa complicação crônica muito comum no joelho e que atinge todas as pessoas, principalmente as mulheres e esportistas.
A cartilagem é o tecido que recobre as articulações auxiliando no amortecimento e evitando atrito entre os ossos.
A condromalácia patelar é o desgaste da cartilagem articular do osso da patela (ou rótula), localizada no joelho. Essa articulação é muito solicitada toda vez que movimentamos a perna estendendo-a ou flexionando.
Também é referida como Síndrome Patelo-femoral e são vários fatores que causam essa complicação como:
- Desgaste natural da cartilagem pelo avanço da idade;
- Excesso de peso, sobrecarregando a região da patela;
- Fraqueza ou Fadiga dos músculos da coxa e quadril (Ex: quadríceps e glúteos);
- Sedentarismo. A musculatura fortalecida adquirida com a prática de exercícios, contribui para diminuir a força exercida sobre a área;
- Complicações anteriores como, por exemplo, a luxação, que faz a patela sair do lugar e aumentar a probabilidade de desenvolver a condromalácia;
- Hiperfrouxidão ligamentar. São pessoas que apresentam muita flexibilidade articular (hipermobilidade);
- Pé plano ou “chato” que tornam a pisada mais característica para o desalinhamento dos membros inferiores ou qualquer outra condição física que propicie um movimento que sobrecarregue a articulação da patela, causando o desgaste da cartilagem como andar de salto alto, dança, corridas, etc.
Além do relacionado acima, acomete principalmente mulheres e praticantes de atividades físicas extenuantes e de impacto. Explicaremos melhor a seguir.
Por que a condromalácia patelar ocorre mais nas mulheres e nos esportistas?
A condromalácia patelar ocorre mais nas mulheres pela sua estrutura física.
Ela costuma apresentar com mais frequência anatomia da perna com desvio do joelho para dentro (joelho valgo), por ter a pelve mais larga, propiciando mais dificuldade para o alinhamento do membro inferior na execução dos movimentos, sobrecarregando a cartilagem.
Nos esportistas, a prática para o fortalecimento muscular é importante. Contudo, a frequência acima do limite recomendado, causa um esforço além do que a região pode suportar e a fadiga muscular pode levar à condromalácia ou outras patologias.
Também, essa condição está relacionada ao movimento de desacelerar ou frear do corpo, muito realizado nas atividades de impacto e corridas. Se o músculo anterior da coxa (quadríceps) não estiver fortalecido o suficiente, o joelho sofre maior pressão sobre ele.
Como identificar? Quais os sintomas da condromalácia patelar?
No início, a cartilagem vai amolecendo e perdendo a capacidade de absorver a força exercida na região e nem sempre é sentida dor. A condromalácia patelar é uma doença que quando evolui, é progressiva e lenta.
Quando ocorre dor na fase inicial, costuma ser leve e pode piorar ao realizar certos movimentos, na região da patela. Ou após longo período em uma posição parada, normalmente com o joelho flexionado.
É comum notar ruídos como rangidos ou chiados (crepitação) e estalos. Inchaços e ardências também podem ser sentidos, com a evolução da doença.
Nos graus mais avançados, a dor se torna mais aguda e realizar movimentos do dia a dia, como subir ou descer escadas, tornam-se mais complicados.
Como diagnosticar a condromalácia patelar?
Ao apresentar os sintomas, é importante ser avaliado pelo médico ortopedista. O diagnóstico é principalmente feito pela análise clínica.
Exames mais específicos de imagem, como raio X, tomografia e ressonância magnética podem ser solicitados e auxiliam a determinar a extensão do grau da doença e a existência de outras complicações que podem estar relacionadas.
Quais os graus da condromalácia patelar?
Classifica-se a condromalácia patelar em quatro graus, a saber:
- Grau 1: amolecimento da camada mais superficial da cartilagem, podendo ocorrer inchaço e já ser sentida alguma dor;
- Grau 2: lesões pequenas e localizadas na camada intermediária da cartilagem. Ainda se tem uma proporção maior de cartilagem sadia;
- Grau 3: lesões maiores que acometem a camada profunda, mas que não atingem o osso que a sustenta (osso subcondral);
- Grau 4: lesão total ou bastante considerável da cartilagem, sendo possível a sua visualização no osso que a sustenta (osso subcondral).
Tratamentos e como melhorar a condromalácia patelar
É possível conviver com a condromalácia patelar e realizar normalmente as atividades do dia a dia.
A cartilagem da patela não apresenta terminações nervosas e é comum não sentir dor mesmo nos graus mais elevados da condromalácia. O que acontece, conforme o grau do seu desgaste, é a exposição da área que ela protege, essas sim ricamente inervadas, causando a dor.
O tratamento é voltado para controlar a dor, fortalecer a estrutura da região, recuperar a mobilidade e retornar às atividades, além de investigar outras possíveis patologias relacionadas, sempre com acompanhamento do médico especialista.
Em grande parte, o tratamento clínico é suficiente para a condromalácia patelar. É recomendado procedimentos de infiltração em caso de persistência da dor e dos sintomas ou quando não há resposta ao tratamento. Raramente, a cirurgia é necessária.
Durante a crise aguda da dor, é importante o repouso e que não seja feito esforço para não agravar a condição. Compressas quentes ou frias podem ajudar a aliviar o desconforto.
Analgésicos e anti-inflamatórios apenas com prescrição e avaliação médica.
É importante que haja fortalecimento muscular da região, principalmente o quadríceps (músculo da coxa), bem como, manter o peso ideal para diminuir a força exercida sobre o joelho, poupando a articulação e cartilagem.
Para os esportistas que tenham adquirido essa condição pela atividade física, deve-se pensar em avaliar a postura e a forma que realiza seus exercícios, ou até considerar a troca de modalidade a ser praticada e de intensidade moderada.
Fisioterapia para condromalácia patelar é benéfica para a recuperação da força e equilíbrio, prevenindo o desalinhamento do joelho com a devida correção postural.
Acessórios como a joelheira auxiliam para manter a patela mais firme e melhorar a sensação de desconforto. E a palmilha ortopédica auxilia no alinhamento postural.
Alongamentos após longo período em uma posição são importantes. É sempre bom lembrar de esticar as pernas se os joelhos ficarem muito tempo flexionados para evitar os sintomas da condromalácia patelar.
Procedimentos como a infiltração com ácido hialurônico ajudam na melhora da condromalácia patelar em graus leves e elevados, dependendo dos sintomas. Promovem uma lubrificação da cartilagem e apresentam propriedades anti-inflamatórias, melhorando a inflamação que acontece no joelho, devido a condromalácia patelar.
Considerada uma cirurgia minimamente invasiva (de menos dano aos tecidos, representando mais segurança para o paciente) a artroscopia pode ser recomendada se for necessário um procedimento cirúrgico. Consiste em manter a articulação livre de tecidos danificados de cartilagem (desbridamento), promovendo a limpeza do joelho (toalete articular).
Suplementos ou polivitamínicos ajudam no tratamento para condromalácia patelar?
Apesar de não ter comprovação científica consolidada, há relatos de possível melhora da cartilagem e da dor, pela ingestão de colágeno (UC-II), polivitamínicos ou suplementos como a glucosamina e condroitina.
Mas assim como os medicamentos, é importante ressaltar que devem ser prescritos e acompanhados pelo médico especialista e associadas a outros tratamentos.
Tomar suplementos alimentares isoladamente não substitui nem exclui a necessidade de outras medidas a serem adotadas no tratamento para condromalácia patelar.
Qual a diferença entre condromalácia, tendinite patelar e artrose?
A condromalácia é o desgaste na cartilagem da patela.
A tendinite patelar é um problema relacionado ao tendão patelar que fica ligado ao osso da patela, logo abaixo deste.
A artrose significa um agravamento do desgaste da articulação que é iniciada pela condromalácia patelar. Ou seja, na artrose há um comprometimento de toda a articulação, incluindo a cartilagem, estruturas ósseas, inclusive os ligamentos e até os tendões.
Agende sua consulta com médico ortopedista do joelho para mais esclarecimentos ou avaliar seu caso.